Justiça dá liberdade provisória a dono de ferro-velho suspeito de mandar matar funcionários em Salvador
11/03/2025
(Foto: Reprodução) Havia um mandado de prisão contra o homem, que era considerado foragido. Paulo Daniel e Matusalém desapareceram em novembro de 2024 e ainda não foram encontrados. Marcelo é dono do ferro-velho onde jovens trabalhavam
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A Justiça da Bahia concedeu liberdade provisória para o empresário Marcelo Batista da Silva, suspeito de mandar matar Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, funcionários do ferro-velho que ele administrava em Salvador.
Empresário suspeito e manchas no carro: o que se sabe sobre desaparecimento de funcionários de ferro-velho na Bahia
A informação foi divulgada nesta terça-feira (11). O homem era procurado pela polícia desde novembro do ano passado, quando foi determinada a prisão preventiva dele. Com a decisão, o empresário irá responder solto.
A liminar da liberdade provisória foi assinada pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira no dia 25 de fevereiro. A decisão define que o suspeito deve seguir medidas cautelares para garantir a permanência da decisão. São elas:
se apresentar à Justiça mensalmente, a todo último dia útil de cada mês, a partir de março;
manter endereço atualizado, sem se ausentar da cidade sem prévia autorização judicial;
comparecer na sessão de julgamento do júri, se até lá chegar o processo, quando este for redesignado, comparecendo imediatamente ao Juízo;
manter recolhimento domiciliar noturno, com proibição de manter qualquer contato com as testemunhas do processo;
não frequentar bares;
ter monitoração eletrônica.
Além de Marcelo Batista da Silva, outros dois envolvidos no caso também tiveram liberdade concedida, sob as mesmas regras. No entanto, não foi detalhado o envolvimento dos homens no crime, que segue sob investigação. O caso está em segredo de Justiça.
Soldado da PM solto
Jovens desapareceram após saírem para trabalhar
Reprodução/TV Bahia
Em janeiro deste ano, o soldado da Polícia Militar (PM) Josué Xavier, suspeito de envolvimento nas mortes, foi solto após o fim do prazo da prisão temporária.
Com a soltura, o militar voltou a fazer parte do quadro da corporação, mas vai atuar no setor administrativo até o fim das investigações. Ele é lotado na 19ª Companhia Independente (CIPM), em Paripe.
Além do policial, o gerente do ferro-velho, Wellington Barbosa, conhecido como "Cabecinha", também chegou a ser preso. Ele cumpria prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, porque foi diagnosticado com hanseníase, doença que pode atingir a pele e nervos, causando incapacidades físicas.
Na última vez que falou sobre o assunto, o delegado José Nélis, da 3ª Delegacia de Homicídios, responsável pelas investigações, disse que ainda não era possível afirmar a participação de cada um dos presos na ação.
Porém, as apurações da Polícia Civil apontam que Paulo Daniel e Matusalém foram mortos. Os jovens sumiram no dia 4 de novembro do ano passado e ainda não foram encontrados.
O desaparecimento de Paulo e Matusalém completou três meses no início de março. Os dois jovens foram vistos pela última vez quando saíram de suas respectivas casas para trabalhar como diaristas no ferro-velho, localizado no bairro de Pirajá.
Quem é o dono do ferro-velho?
Local onde os jovens trabalhavam em Salvador
TV Bahia
Marcelo Batista da Silva é o dono do empreendimento. Além do mandado de prisão em aberto em relação ao desaparecimento dos dois jovens, o nome do empresário aparece em investigações a respeito de outros crimes. Segundo a polícia, ele é:
investigado por duplo homicídio
investigado por tentativa de homicídio
apontado com envolvimento com milícia e facção criminosa
responde por violência doméstica contra a ex-mulher
Na Justiça do Trabalho, o homem responde a nove processos que estão em tramitação. Outros 60 foram arquivados. As acusações abordam descumprimento de pagamento de salário, horas extras, assédio sexual e tortura.
A suspeita do envolvimento do empresário no crime foi denunciada pelas famílias dos jovens, que relataram que Marcelo havia acusado as vítimas de furto.
Ao longo das investigações, o carro do suspeito foi periciado após ser encontrado em uma loja especializada em veículos de alto patrão, na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Avaliado em R$ 750 mil, o carro foi deixado no local por outro homem, que solicitou a troca dos bancos alegando ter adquirido o bem com alguns pontos de sujeira.
A Polícia Civil informou que a suposta sujeira pode se tratar de vestígios de sangue dos rapazes.
A versão dada pelo empresário, em 8 de novembro, antes de ter o mandado de prisão expedido, é que teve cinco toneladas de fardo de alumínio furtados em dois meses e que conseguiu recuperar 500 quilos em 3 de novembro, após seguir o caminhão usado no crime.
Segundo ele, no dia 4 de novembro, enquanto registrava ocorrência policial contra um terceiro funcionário, que não teve o nome divulgado, Paulo Daniel e Matusalém foram flagrados em outro furto à empresa.
Marcelo Batista ainda informou que planejava ligar para a polícia, para fazer um flagrante no dia seguinte e recuperar a carga roubada. No entanto, os jovens não apareceram para trabalhar e nunca mais entraram em contato.
Policial investigado por desaparecimentos em ferro-velho é solto em Salvador
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